terça-feira, 19 de outubro de 2010

Filo de Alexandria

Filo de Alexandria, cerca de 20 a.C. – 50 d.C., lê a Escritura alegoricamente. Sua interpretação associa à Escritura significados previamente não conectados com ela: Filo, primeiro, reduz a sabedoria clássica a uma forma conceitual anônima; segundo, ao ler a Escritura alegoricamente, apresenta aquela sabedoria como a verdade subjacente ao sentido da Escritura. Moisés tem prioridade sobre os autores clássicos, tornando-se o filósofo original. A Escritura torna-se, assim, uma “re-escritura” de significados clássicos, uma “re-escritura” que é, paradoxalmente, vista como escrito original. A leitura alegórica de Filo é usada para reinterpretar o cosmos, a história, a sabedoria filosófica clássica e a realidade social de Alexandria; ela não procurava dissolver a identidade judaica na cultura helenística, mas era central para a identidade e sobrevivência da comunidade judaica em meio a um contexto hostil.


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